Nas últimas semanas, diversos artigos foram publicados trazendo estatísticas sobre os diferentes meios de pagamento, como dinheiro, cartões e pagamentos móveis.
Para contextualizar, apesar do aumento no volume de dinheiro em circulação, o Brasil não se destaca pelo uso de numerário em relação ao seu PIB. Por exemplo, a proporção de dinheiro em circulação no Brasil é de cerca de 3,4% do PIB, enquanto nos Estados Unidos esse percentual chega a 6,8%. Na China, o valor é de 7,7%, no Japão, surpreendentes 19,3%, e na Índia, o dinheiro físico representa 10,8% do PIB.O segundo artigo, da consultoria McKinsey, discute a redução no uso de dinheiro na América Latina, onde mais pessoas estão adotando cartões e pagamentos móveis. Segundo a pesquisa, 36% dos entrevistados preferem cartões de débito, 30% ainda usam dinheiro e 18% optam por cartões de crédito. Embora a preferência por dinheiro tenha caído pela metade desde 2021, 70% dos entrevistados afirmaram ter utilizado dinheiro nos últimos 30 dias.O terceiro artigo, da revista IstoÉ, foca no Brasil, onde o uso de dinheiro caiu de 48% em 2019 para 22% em 2023, com uma projeção de queda para 12% até 2027. Um dos principais fatores para essa mudança é a crescente adesão ao Pix e a outros serviços bancários digitais, especialmente entre aqueles que antes dependiam exclusivamente de dinheiro. O artigo também destaca o crescimento acelerado das carteiras digitais, que devem se tornar o principal método de pagamento nos próximos anos, com uma projeção de aumento de uso de 18% para 41% até 2027.
Ao analisar essas três fontes, percebe-se uma dinâmica complexa no mercado de pagamentos, onde o dinheiro físico e os meios digitais coexistem e se transformam. Embora o Banco Central aponte um aumento no volume de dinheiro em circulação, a popularidade dos métodos digitais, como o Pix, também está em ascensão.
- A pesquisa da McKinsey revela uma queda no uso de dinheiro na América Latina, mas ressalta que ele ainda desempenha um papel significativo. Já o artigo da IstoÉ projeta uma redução drástica no uso de numerário no Brasil, com forte crescimento nos pagamentos digitais.
É crucial reconhecer que, apesar da digitalização crescente, o dinheiro físico ainda é essencial para muitas pessoas.
Políticas públicas devem ser desenvolvidas para educar e integrar todas as camadas da sociedade nessa transição, garantindo a inclusão e a coexistência harmoniosa dos meios de pagamento digitais e físicos, de forma que ninguém seja deixado para trás na evolução do sistema financeiro.